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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O que os "outros" pensam de mim



Como eu vejo, só existe uma maneira de não nos importarmos totalmente como o que os outros pensam de nós, e isso é quando esses "outros" não existirem mais, não quero dizer com isto que temos que destruir todas as pessoas no mundo ou que tenhamos que virar ermitas e viver isolados numa caverna, isso apenas traria uma paz momentânea, o que quero dizer é que não nos importaremos com o que os outros pensam quando deixarmos de ver eles como separados de nós, e isso só pode aconteçer quando não existir mais um "eu".
Com o desaparecimento do "eu", esta entidade que julgamos ser separada de tudo e de todos, os "outros" desapareçem automáticamente, não como formas, obviamente, mas como conceitos.
Isolados de tudo e todos é relativamente fácil estar em paz e silêncio, ou estar apenas com animais pois nestas situações o ego não surge, ou melhor, nós como consciência não nos identificamos com ele, mas quando na companhia de outros humanos, a nossa noção de entidade separada com toda a sua história, surge em força, é no meio da multidão e do barulho que o "eu" se solidifica e cresçe em intensidade, por isso não é de admirar que seja nas grandes cidades que exista o tão grande sentimento de solidão, que as pessoas digam que no meio de milhões de pessoas se sintam tão sós, apenas o ego se pode sentir sozinho porque essa sensação provém do sentido de separação que ele mesmo cria e cuja origem é ele mesmo. No campo e nas pequenas aldeias este sentimento de solidão é, normalmente, menos acentuado.
No fundo é a ideia que temos de nós mesmo que se relaciona com a ideia que temos dos outros, os outros fazem o mesmo e assim todo o mundo se comunica interpretando papeis. Não temos portanto de eliminar nenhuma ideia que tenhamos seja de quem for, basta investigar quem nós somos, e com a realização de que este "eu" é uma ilusão, todos as outras ideias e conceitos do que os outros são desapareçerão por elas mesmas.

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