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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tenho que mudar?


A procura da espiritualidade, das religiões, dos mestres, pastores e gurus vem do falso entendimento de que há algo de errado com a vida, com o mundo, de que algo têm de ser feito para mudar o mundo ou a nós mesmos de modo a alcançarmos Deus, ou a felicidade e paz, de modo a deixarmos de sofrer, no entanto tudo não passa de uma má interpretação da realidade, ou melhor, haver interpretação já é entrar no mundo das opiniões, do falso, do unilateral. As opiniões, as nossas visões e ideias das pessoas ou de dado objecto, acontecimento ou mesmo de nós mesmos nunca podem ser a realidade pois esta é neutra, podemos achar certa pessoa ruim, mas ela pareçerá agradável a outras como a sua familia por exemplo e neutra á maioria que nunca teve contacto com ela, então, esta pessoa é boa, má ou apenas um ser como tantos outros? É sempre a mente que busca, é a mente que condena, rótula, é a mente que acha, que procura as religiões, é sempre ela que deseja algo, é sempre ela que quer mudar algo seja em que plano for, é ela até que se esforça por aceitar a fim de ganhar paz ou a iluminação, é ela que se esforça para tudo, esta mente é o ego, o falso "eu". Toda a noção de fazer, do "eu" faço provém da mente, seja para alcançar Deus, o Nirvana ou para ganhar dinheiro, poder, seja o que for, a mente deseja um carro e é a mente que se delicia com o carro quando o obtém, é a mente que deseja ficar sem pensamentos e é ela que se delicia com o temporário desaparecimento destes. Nós não temos nada a ver com este jogo, com esta brincadeira da mente. Não há nada a fazer, nada a mudar, nada a buscar.

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