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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Felicidade




Acreditar que a felicidade ou paz vai chegar sob qualquer forma, seja daqui a um ano, daqui a um mês, amanha, daqui a 1 hora, daqui a 1 segundo, é a pior miséria que existe.
Qualquer intenção ou impulso, seja em que direção for, a fim de preencher o vazio com qualquer actividade "prazerosa", apenas vai perturbar a paz e felicidade já existente no momento presente, a qual não necessita de qualquer esforço para existir por ser a nossa mais intima natureza, o que realmente somos para alem do corpo e do pensamento.

O Ser não pode ser alcançado



Quando chove, parece que o sol desapareceu, mas o sol continua sempre lá, apenas não o vemos por estar tapado pelas nuvens, do mesmo modo a consciência está sempre lá, e ela é apenas encoberta pela atenção que damos as nossas emoções e pensamentos, pela realidade, pelo sabor e interpretações que atribuímos a tudo o que acontece, no exterior ou interior, portanto, a consciência, o Ser, não pode ser alcançado, não existe tal coisa como "eu", o obstaculo (pensamentos, emoções etc) e a consciência do outro lado do obstaculo, em que ha um "eu" que tem que se esforçar para a alcançar, isso tudo é uma ilusão, baseada na ideia de que somos algo separado de tudo o resto, inclusive dessa mesma consciência.

domingo, 20 de outubro de 2013

Sono, sonho



Enquanto dormimos não existe corpo, não existe Eu, nós podemos achar que sim porque vemos outros a dormir e presumimos algo, mas na nossa directa experiencia, no sono não existe corpo, não experienciamos a realidade "cá fora", no entanto continuamos a ouvir, ver, cheirar e sentir no sonho, podemos ver com isto que não são os olhos, ouvidos ou seja o que for que experiencia mas sim a mente. O mesmo pode acontecer se levarmos uma anestesia, nem vamos sentir algo a cortar o nosso corpo, no entanto continuamos lá, a existir, podem nos gritar ao ouvido ou até destruir o corpo que algo continua a existir lá, portanto, vendo isto, claramente percebemos que não somos o corpo, então se não somos o corpo, o que somos nós? O corpo está aqui sim, a funcionar por ele mesmo, o sangue circula, os sentidos funcionam, a respiração acontece, tudo sem interferência da "nossa" parte, tudo acontece no corpo naturalmente, então deixando ele funcionado tranquilamente, deixando ele estar, de parte, a pergunta surge, quem sou eu? E quem faz este pergunta? Quem está interessado?

Di Santo

sábado, 19 de outubro de 2013

O que fazer a seguir?



O que fazer a seguir? Qual a próxima experiencia? Não tenho nada para fazer, vou-me ocupar com o que? - É assim que toda a gente vive, sempre atrás de preencher cada momento da sua vida com actividade ininterrupta, e claro, onde vão as pessoas buscar ideias para as ocupações? Á mente, que é somente passado, algo morto e usado, daí toda a gente apenas repetir as mesas coisas uma e outra vez, vezes sem conta, a vida toda sempre fazendo o mesmo, dia após dia, ano após ano, ouvindo as mesmas musicas, vendo o mesmo tipo de coisa, comendo as mesmas comidas, tendo as mesmas ideias, falando o mesmo discurso, sempre tudo em modo repetição, repetindo todas as actividades físicas ou mentais com a finalidade de fugir do silêncio, da quietude, do grande NADA que assombra e amedronta o ego, a mente, o eu mentalmente construído.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Um reflexo do nosso estado mental.



A nossa vida exterior, os nossos amigos, objectos etc, são um reflexo do nosso estado mental.
Vejo todo o mundo a correr eufórica e desesperadamente atrás da experiencia seguinte, do momento seguinte, de como ocupa-lo, de como fugir á quietude e silencio, do medo que tem de parar, de não estarem ocupados com seja o que for. A mente faminta escraviza, ordena que seja usada, seja a ver um filme, ler um livro, tudo para que ela se perpetue a si mesma. Mesmo a dar um passeio pela praia ou pela natureza, a mente não pára, constantemente a avaliar tudo e todos, sempre a criar separação entre o observador e a coisa observada, sempre a rotular e a julgar. As vezes a mente quer parar mas isso é impossível, porque aquele que quer parar a mente, o eu, o ego, também ele é mente, não existe tal coisa como eu e a minha mente, essa separação, ela própria, é criada pela mente, pelo pensamento, pela identificação com a pessoa, com o corpo. O "eu" não é nada mais que a mente criando uma imagem que considera ser si mesma com base no corpo, sem mente apenas existe o corpo e a consciência, alias, damos conta que somos essa consciência, essa presença e que tudo o resto, todas as formas, todos os pensamentos, tudo nasce e morre nesse espaço vivo.


Di Santo

Não existe tal coisa como...


Não existe tal coisa como eu e os outros.
Não existe tal coisa como eu e o meu corpo.
Não existe tal coisa como eu e o mundo lá fora.
Não existe tal coisa como eu e a minha vida.
Não existe tal coisa como eu e meus pensamentos.
Não existe tal coisa como eu e minha emoções.
Não existe tal coisa como eu e minhas coisas, minha família, meu pais etc.
Não existe tal coisa como eu e minha visão, audição, sensação.
Não existe tal coisa como eu.
Tudo É, nada existe.
Tudo existe, nada É.


Di Santo

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Prestar atenção ao passo que estamos a dar no momento



Acho que a vida é um pouco como correr num terreno acidentado, com obstáculos, tipo floresta, cheio de pedras, buracos, ervas etc. Quando corremos só podemos prestar atenção ao passo que estamos a dar no momento, se olharmos mais do que um metro á nossa frente, o mais provável é tropeçarmos e cairmos, o mesmo se passa na nossa vida, se esquecemos este momento, que é a unica realidade, o eterno agora, e começamos a fantasiar sobre o amanha, daqui a uma semana, um mês, o mais provável é vivermos no medo e ansiedade, o que digamos, nos faz "tropeçar e cair" para fora da realidade, e, como na analogia, acabamos por nos magoar, criamos sofrimento para nós mesmos e para os outros, acreditamos na mente mentirosa e queremos, exigimos que os outros também o façam, quase que lhes impingimos os nossos medos para os justificar com base na tão venerada e idolatrada "razão" ou "lógica". Só existe o Agora, e não existe ninguém a viver no Agora, nós somos ele, o espaço infinito, vazio mas cheio de presença que premei-a tudo.

Di Santo

Sofrimento não é mais do que desejo



Sofrimento não é mais do que desejo. Sofremos quando desejamos que uma sensação que surgiu em nós se vá embora, desapareça, criamos um conflito interno com aquilo que É, aquilo que já É. A mente em forma de Eu, de ego, analisa e logo deseja ou rejeita determinada coisa, situação, emoção, esse não é o observador imparcial, mas sim o observador criado e condicionado pela mente, esse sempre tem interesse em algo. Se não houver desejo que nada mude neste preciso momento, tanto a nível exterior como interior, então existe paz, esta é a aceitação total do momento presente e nenhum Eu pode aceitar coisa alguma, aliás, ele detesta essa palavra, tem total aversão a ela, o ego não pode aceitar nada, pode só fingir que aceita se tiver em vista algum resultado tal com a paz, felicidade, iluminação, o desaparecimento de alguma emoção ou situação ou qualquer outra coisa. Esta aceitação ou ausência de desejo vem da compreensão que de nada serve lutar com aquilo que surge no nosso campo de experiência, essa luta por si mesma é sofrimento. A compreensão de que as coisas, emoções, pensamentos surgem independentemente da nossa vontade ou desejo é que vai dar origem a uma vida de não resistência, uma vida de paz.

Di Santo

Pensamentos




Não são os pensamentos que são o problema...mas sim o nosso interesse excessivo neles, devido ao hábito nós lhes damos muita atenção, acreditamos de alguma forma que ao faze-lo iremos melhorar algo ou ter experiências mais prazerosas.

Di Santo

Aparência exterior



Se tu não soubesses com é a tua aparência exterior, se não existisse reflexos, espelhos, como caminharias neste mundo? Como te vestirias? Como seria existir sem carregar uma auto-imagem na mente junto com todos os conceitos de "deve e não deve ser", de bonito e feio, desejável e repugnante e assim por diante?

Di Santo

corpo




Dizemos "meu corpo", então existo eu e o corpo que pertence a mim, agora que "mim" é este que possui o corpo? Onde está o possuidor do corpo e de que é feito ele?

Di Santo

domingo, 13 de outubro de 2013

"O que fazer a seguir?"



É no estado "O que fazer a seguir?" que todos nós vivemos, sempre a tentar preencher cada instante com alguma actividade ou distração, a fim de fugir do silêncio, de preencher o vazio com algo, é nesta ânsia que vivemos, sem parar a não ser para dormir.
A mente gera um pensamento, um desejo e nós logo vamos atrás para realiza-lo, simplesmente porque achamos que nos vai trazer felicidade, talvez por isso se diga que o desejo é a fonte do sofrimento ou insatisfação porque nada nos dá felicidade por muito tempo, então perpetuamos a busca. Coisas como renúncia ao desejo é impossível de concretizar e não trará também a tão felicidade e paz desejadas porque é apenas a mente a desejar algo a fim de obter algo, a mente pensa " então se eu viver sem desejos eu terei paz e serei iluminado, vou renunciar então para obter essa paz, essa iluminação e ser um Buda", e isso não funciona. O que aconteçe é que á medida que investigamos, realizamos que nada nos dá felicidade, nada que façamos ou tentamos, seja espiritual ou mundano, nenhum filme, jogo, musica,livro, nenhuma relação, nenhuma meditação ou seja o que for nos dará mais que um prazer momentâneo, e nessa realização interna nós desistimos de procurar satisfação seja no que for, então ai a paz entra, ai descansamos e vemos que nós e essa paz não somos separados, ela apenas estava obscurecida por nossa tentativa de encontrá-la no exterior, em objectos impermanentes.


Di Santo





Emoções surgem e desapareçem, não há nada a fazer, não há como evitar, quando achamos que há algo que possamos fazer para fugir delas ou não as sentir, aí é que começa o conflito e sofrimento, seja o que for que façamos para evitar sentir qualquer emoção só vai criar atrito e dor, seja nos distraindo a ver um filme, conversar, ou mesmo meditando e lendo algo espiritual, se a intenção for remover aquilo que já É, então sempre vai falhar e não só não remove a emoção ou sensação como ainda a pode aumentar.

Di Santo

Samsara - um parque de diversões



Uma pequena reflexão:
Da maneira que eu vejo, o dito Samsara, ou o mundo, é como um parque de diversões e não deve ser levado a sério, ele surge do desejo de experienciar, de sentir, de provar, por isso tantos dizem ser o mundo do desejo, e não tem nada de errado com isso, é como um passatempo, uma brincadeira.
Esse desejo também não tem nada de errado para ser renunciado, renunciar ao desejo é mesmo falta de compreensão, o desejo deve ser entendido saudavelmente e não rotulado e rejeitado. Nós todos já pusemos de lado o desejo de muita coisa por realizarmos tranquilamente que essas coisas não nos traziam felicidade, nós não rejeitamos, simplesmente sairam da nossa vida sem esforço, então é assim que o despertar vai tendo lugar, a pouco e pouco vamos vendo a ansiedade em que vivemos, sempre á procura da próxima experiência, da próxima ocupação, vamos vendo como saltamos de objecto em objecto á espera da satisfação definitiva que nunca chega, vemos um filme e aparentemente estamos bem, depois termina e logo vem a ansiedade por outra coisa, vamos comer, depois vamos fazer isto e isto, já planeamos as coisas com horas, dias e semanas de antecedência a fim de termos garantido todos os espaços de tempo ocupados, e assim vivemos sempre ansiosos, não há como sair disto a não ser pela compreensão que nada nos dá essa felicidade que tanto queremos, o ego, a mente fica frustrada e aí começa a ver que é ela própria a criadora da frustração e ansiedade,e que existe algo mais, um espaço de paz de onde todos esses pensamentos e movimentos aconteçem, que sempre nos tentam subornar com algo para fazer, prometendo uma felicidade que embora chegue, nunca fica. Não há nada que se possa fazer para ser feliz a não ser manter a atenção no coração, deixar tudo ser.


Di Santo

Hábito




-Eu tenho que largar este hábito.
-Porquê?
Porque senão estou preso ao desejo, ao Samsara, tenho que me libertar.
-Humm? Claro que não, aquele que tem o habito ou vicio é o mesmo que o quer largar, fazendo isso só irias recalcar e engrandecer o teu ego, a tua ideia de "eu", o grande ser que renunciou a tudo, não é a toa que muitas das vezes os grandes renunciadores, os grandes meditadores, os que alcançaram grandes feitos através de grandes esforços, são também as pessoas mais insuportáveis de se ter por perto, acham sempre que estão acima dos comuns mortais, pobres seres perdidos nas malhas nos desejos.


Di Santo

Tudo acontece ou surge "em ti" e não "a ti"



Tudo acontece ou surge "em ti" e não "a ti". Esse "em ti" é como o espaço infinito, silêncio, vazio, onde tudo nasce e morre como se nada tivesse existido, enquanto o "a ti" é como um unidade separada da existência. que reage, avalia, interpreta tudo o que surge, rejeita e deseja.

Di Santo

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Fim do desejo é felicidade



Sem desejo não há sofrimento, basicamente é isto, mas o desejo tem várias vertentes,  se é que se pode dizer, há o desejo em relação ao futuro mais distante que se pode chamar de esperança e que cria ansiedade, desejo de vir a ter mais dinheiro, mais poder, mais prestigio, mais posses, uma aparência melhor, mais reconhecimento, este tipo de desejo é o mais obvio e varia de pessoa para pessoa, mas há outro tipo de desejos como por exemplo o desejo de não perder aquilo que já se tem, seja objectos, uma profissão, uma pessoa, e nesse caso chama-se apego ou mesmo medo, há também o desejo mais subtil de que este momento seja diferente do que aquilo que é e ai podemos chamar de tédio o que também cria ansiedade, este desejo levanos a tentar estar sempre ocupados com coisas que gostamos e a evitar o que não gostamos. Todos estes desejos acabam por trazer sofrimento, seja porque não conseguimos o que desejamos, seja porque perdemos o que desejávamos não perder ou simplesmente porque estamos sempre a lutar contra o que aconteçe neste momento, desejando outra experiência qualquer, desejando estar em outro lugar, com outras pessoas a fazer qualquer outra coisa. Desejo portanto é a fonte da insatisfação e do sofrimento e não é possível renunciar ou abandonar o desejo, apenas podemos compreender o mecanismo dele que cria insatisfação permanente, com a compreensão, a renuncia aconteçe simples e naturalmente sem esforço.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Gosto, não gosto! Quero, não quero!


Porque é que o "eu" é sinónimo de actividade? Basicamente porque enquanto nos considerarmos o experimentador, vamos dividir todas as experiencias em boas ou más e vamos andar no mundo a fugir das que consideremos repulsivas e atrás das que consideramos desejáveis e assim entramos no modo de actividade interminável. Como "eu" separado do mundo e dos outros, achamos também que podemos "nos" melhorar ou á "nossa" vida, e embora possamos melhorar a nossa saúde e aspecto financeiro, aquilo que nós somos em essência nunca pode ser melhorado. Enquanto acharmos que somos o experimentador de tudo o que aconteçe,  vai sempre existir conflito, vamos sempre querer fugir de algo e tentar agarrar algo, vamos sempre preferir musica a ruido de obras, ver algo bonito a algo feio, comer algo muito saboroso ao invés de algo neutro ou com pouco sabor, no fundo vamos querer nos envolver em todas as actividades que consideramos boas, vamos continuar a fugir do silêncio e da não-actividade pois esta é considerada má pelo ego, pelo "eu", por basicamente ser a sua morte, já diz o ditado, parar é morrer, mas quem morre não somos nós mas a ideia que temos de nós, o falso, a ilusão que se alimenta das actividades.

Porque não paramos?













Parar talvez seja a coisa mais difícil de fazer, na realidade o parar, embora seja um verbo, não implica acção, não implica fazer alguma coisa, talvez por isso seja tão difícil de "fazer". Como vivemos a vida na mente estamos sempre engajados em alguma actividade, sempre, desde que acordamos até adormecer, desde que nasçemos até morrermos. A questão é, porquê? O que andamos a evitar? Do que fugimos? O que aconteçe é que não conseguimos parar porque não suportamos o silêncio, não suportamos o vazio, e não o suportamos porque nesse silêncio e nesse vazio nós desaparecemos, nós como ego morremos, e isso causa-nos um medo terrível, uma sensação de desconforto enorme da qual passamos a vida inteira a fugir. Porém, o que nós não sabemos por sempre andarmos em fuga e ocupados com todo o tipo de actividades, é que esse silêncio e esse vazio é a nossa natureza, é o que nós realmente somos, e onde podemos descansar, é onde o único repouso existe, a única paz verdadeira. O ego, o falso "eu" nunca pode sentir paz verdadeira, só na ausência dele é que sentimos paz, porque nós somos paz,paz não é algo que alcançamos ou que possamos procurar, é a nossa essência mais profunda, e só a encontramos quando desistimos de a procurar, quando paramos.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Diversão ou preocupação?



A questão é esta se tu soubesses, no mas intimo do teu ser, que és imortal, que és a Vida unica se manifestando numa forma humana e que vai ser a primeira e unica vez que vais ter esta forma, neste planeta, se soubesses isso, o que farias? Provavelmente não decidirias te enfiar em um escritório 8 horas por dia para o resto da vida, não escolherias ser um escravo do dinheiro, da sociedade e dos seus padrões opressores, não escolherias levar a vida guiado pelo medo sabendo que é apenas uma ilusão, e que mesmo depois do corpo desapareçer, aquilo que somos jamais desapareçerá. Provavelmente o que aconteçeria era que vivias num modo de curiosidade, gostarias de explorar mais, conheçer mais, viverias como se acabasses de aterrar aqui numa nave espacial. Então porque não faze-lo agora? Porque não deixamos de nos proteger tanto? Continuamos a querer fazer figura, a inventar um personagem para nos sentirmos adaptados e integrados numa sociedade, num padrão doentio, morto e árido como um deserto, e o pior é que acreditamos nessa personagem e a defendemos como se fosse real, nós simplesmente olhamos para o mundo e decidimos fazer o que traz mais dinheiro, fama, poder e prestigio aos olhos dos outros, mas e se não houvesse outros? O que realmente faríamos neste planeta? EsSe não tivéssemos que  agradar a ninguém ou nos integrar no socialmente correcto e aceite como norma? Se vamos morrer de qualquer forma, então porque tanta preocupação e tão pouca diversão? No fundo isto é tudo uma brincadeira mas nós nos esquecemos e começamos a levar tudo a sério, o que traz o sofrimento. Deus se manisfestou em infinitas formas diferentes a fim de experienciar a ele próprio, a dualidade, a dança da existência eterna, nós somos Ele, por mais que nos esqueçamos.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sábios ou eruditos?



Toda e qualquer coisa dita por outra pessoa não tem qualquer valor, pode servir apenas como indicador para algo, de que nos serve alguém nos dizer que certa comida é deliciosa e nós apenas acreditarmos e passarmos a adoptar essa ideia sem nunca ter provado? Apenas a experiência conta, é inútil ler nos livros que nós somos consciência, que não vale a pena fazer ou construir nada porque tudo é impermanente, ou que a procura de felicidade no exterior não leva a lado algum se no fundo do nosso coração, no fundo do nosso ser ainda acreditamos no contrário, de que vale a pena construir e é bom buscar a felicidade lá fora.
O que aconteçe quando lemos estes ensinamentos e os adoptamos ou apenas acreditamos neles é que a vontade de viver e experienciar existe mas é cortada por um pensamento, uma crença, algo que não foi vivido ou realizado, então entramos em conflito interno, por um lado cremos fazer algo e por outro impedindo-nos pelo que lemos algures, então o que eu digo é que devemos fazer o que amamos, procurar a felicidade e o bem estar no que nos apetecer, sem prejudicar ninguém, e só por nos mesmos um dia podemos nos cansar e ver que tudo o que fizemos foi só uma brincadeira e que não nos trouxe o que tanto queríamos, o bem estar pleno e permanente, aí vimos por nos mesmos, não apenas lemos, tal como quando eramos crianças e adolescentes fazíamos muita coisa em busca de prazer que hoje como adultos não fazemos porque nos cansamos e realizamos que nessas actividades não havia felicidade, só uma ilusão momentânea. E assim vamos abrandando naturalmente, deixamos de correr, vivemos mais em paz, sem esperar nada, o silêncio passa a entrar na nossa vida, não queremos mais fazer isto e aquilo á espera de sentirmo-nos felizes e realizados. E assim tornamo-nos sábios, ou invés de eruditos.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Silêncio




A verdadeira felicidade é o silêncio, é quando não damos relevância aos pensamentos, á voz que existe na nossa cabeça, aí a nossa identidade falsa se desfaz e a nossa natureza apareçe, esse silêncio que une tudo, que banha tudo é o que somos desde sempre.
Nós somos como o céu e tudo o resto é como as nuvens, pessoas, objectos, pensamentos, sons, experiências são apenas nuvens no vasto e infinito céu. Mesmo o "nosso" corpo não é nosso, é apenas mais um corpo, também ele como uma nuvem com a qual nós nos identificamos pela força do hábito de muito tempo. O corpo possui uma mente, e a mente cria o eu separado que por sua vez se identifica com o corpo, portanto ao não darmos importância á mente, o eu ilusório morre, e o que resta é apenas espaço, silencio, o corpo continua a existir mas não ha mais identificação.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Tenho que mudar?


A procura da espiritualidade, das religiões, dos mestres, pastores e gurus vem do falso entendimento de que há algo de errado com a vida, com o mundo, de que algo têm de ser feito para mudar o mundo ou a nós mesmos de modo a alcançarmos Deus, ou a felicidade e paz, de modo a deixarmos de sofrer, no entanto tudo não passa de uma má interpretação da realidade, ou melhor, haver interpretação já é entrar no mundo das opiniões, do falso, do unilateral. As opiniões, as nossas visões e ideias das pessoas ou de dado objecto, acontecimento ou mesmo de nós mesmos nunca podem ser a realidade pois esta é neutra, podemos achar certa pessoa ruim, mas ela pareçerá agradável a outras como a sua familia por exemplo e neutra á maioria que nunca teve contacto com ela, então, esta pessoa é boa, má ou apenas um ser como tantos outros? É sempre a mente que busca, é a mente que condena, rótula, é a mente que acha, que procura as religiões, é sempre ela que deseja algo, é sempre ela que quer mudar algo seja em que plano for, é ela até que se esforça por aceitar a fim de ganhar paz ou a iluminação, é ela que se esforça para tudo, esta mente é o ego, o falso "eu". Toda a noção de fazer, do "eu" faço provém da mente, seja para alcançar Deus, o Nirvana ou para ganhar dinheiro, poder, seja o que for, a mente deseja um carro e é a mente que se delicia com o carro quando o obtém, é a mente que deseja ficar sem pensamentos e é ela que se delicia com o temporário desaparecimento destes. Nós não temos nada a ver com este jogo, com esta brincadeira da mente. Não há nada a fazer, nada a mudar, nada a buscar.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Não procures...



Não procures paz
Não procures silêncio
Não procures despertar
Não procures Deus
Não procures a iluminação
Não procures o Nirvana
Não procures a felicidade
Não procures prazer
Não procures distrações
Não procures ocupações
Não procures fugas
Não procures outro estado senão este que se apresenta neste momento
Não procures "não procurar"
Não procures....
Deixa tudo com está
Deixa que o silêncio tome conta de ti.

Medo? Não obrigado!



O medo, o que é o medo? Medo e mente são sinonimos, são apenas pensamentos aos quais damos muita importância. A mente sempre tem argumentos astutos e justificaveis para nos por medo, ela sempre avalia e pondera tudo para que nada corra mal e não sofremos, e nós como temos medo de sofrer ouvimos e damos muito crédito a esses pensamentos.
Temos medo de sofrer, medo disto e daquilo, e esse medo impede-nos de viver, impede-nos de fazer o que amamos, esse medo faz com que passamos a vida inteira a trabalhar como escravos para guardar dinheiro para a velhice porque temos medo de ficar sem nada. Se analisarmos bem, podemos ver que a maioria das nossas acções são fruto do medo, não temos confiança nenhuma no poder que nos criou e que existe aqui e agora, o mesmo poder que faz com que o coração bata, a respiração aconteça, o sangue circule, o mesmo poder que faz cada coisa do universo existir e vibrar, e então fazemos tudo com medo e não com amor, trabalhamos obrigados com medo de faltar dinheiro, usamos certas roupas e adoptamos certas posturas e comportamentos com medo de sermos julgados, não dizemos aquilo que achamos também com medo do que os outros acham de nós, tentamos nos adaptar a certos padrões e esteréotipos, tudo para que ninguém nos incomode e faça sofrer. Os nossos medos existem praticamente em cada movimento da nossa vida, em algo que não aceitamos como é, ou algo que não queremos experienciar e a unica maneira de vivermos realmente é vivermos sem medo e a unica maneira de vivermos sem medo é não darmos a minima importância aos argumentos astutos da mente, por melhores que sejam, só assim podemos viver no presente e nos movimentarmos neste mundo alegremente, em êxtase. Sem darmos importância ou realidade a esses pensamentos e analises, o ego vai perdendo a força e a nossa verdadeira natureza divina se revelará.

O espaço e os objectos



Se observarmos o mundo, o universo, vemos que ele é basicamente formado por 2 coisas, objectos e espaço, planetas, estrelas, cometas e o espaço que permite eles existirem.  Geralmente nós nos consideramos um objecto, um ponto no espaço que observa e interpreta o resto lá fora através dos sentidos e da mente. O que aconteçe  é, por exemplo, vemos um objecto, uma pessoa ou um fenômeno e mente interpreta e nomeia conforme as experiencias do passado, ao fazer isto, a mente cria logo aquele que interpreta e nomeia, cria automaticamente o experienciador, o "eu" separado que se identifica com o corpo, ou seja, este "eu" que está deste lado e que observa e interpreta o "outro" que está do outro lado, o "outro" pode ser qualquer coisa, uma pessoa, um objecto, uma situação, um som, qualquer experiência, até mesmo uma emoção ou pensamento, a mente rótula e interpreta criando a separação, desejando ou afastando seja o que for. Na realidade o que nós somos é o espaço onde tudo isto aconteçe, onde todos os objectos, pessoas, estrelas, planetas dançam por algum tempo e a ele retornam, é este espaço  que permeia e permite tudo existir, é a vida em si, Deus, consciência, Tao, vazio, natureza de Buda, e o nosso corpo é apenas mais um objecto, mais uma forma dentro das infinitas formas que existem, uma forma que permite este espaço, esta consciência experimentar a variedade criada por ela própria. Não podemos encontrar este espaço como se de um objecto, uma forma se tratasse, não o podemos conheçer dualisticamente, apenas podemos reconheçer intuitivamente como sendo a nossa natureza, aquilo que somos eternamente.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O que os "outros" pensam de mim



Como eu vejo, só existe uma maneira de não nos importarmos totalmente como o que os outros pensam de nós, e isso é quando esses "outros" não existirem mais, não quero dizer com isto que temos que destruir todas as pessoas no mundo ou que tenhamos que virar ermitas e viver isolados numa caverna, isso apenas traria uma paz momentânea, o que quero dizer é que não nos importaremos com o que os outros pensam quando deixarmos de ver eles como separados de nós, e isso só pode aconteçer quando não existir mais um "eu".
Com o desaparecimento do "eu", esta entidade que julgamos ser separada de tudo e de todos, os "outros" desapareçem automáticamente, não como formas, obviamente, mas como conceitos.
Isolados de tudo e todos é relativamente fácil estar em paz e silêncio, ou estar apenas com animais pois nestas situações o ego não surge, ou melhor, nós como consciência não nos identificamos com ele, mas quando na companhia de outros humanos, a nossa noção de entidade separada com toda a sua história, surge em força, é no meio da multidão e do barulho que o "eu" se solidifica e cresçe em intensidade, por isso não é de admirar que seja nas grandes cidades que exista o tão grande sentimento de solidão, que as pessoas digam que no meio de milhões de pessoas se sintam tão sós, apenas o ego se pode sentir sozinho porque essa sensação provém do sentido de separação que ele mesmo cria e cuja origem é ele mesmo. No campo e nas pequenas aldeias este sentimento de solidão é, normalmente, menos acentuado.
No fundo é a ideia que temos de nós mesmo que se relaciona com a ideia que temos dos outros, os outros fazem o mesmo e assim todo o mundo se comunica interpretando papeis. Não temos portanto de eliminar nenhuma ideia que tenhamos seja de quem for, basta investigar quem nós somos, e com a realização de que este "eu" é uma ilusão, todos as outras ideias e conceitos do que os outros são desapareçerão por elas mesmas.

Tudo aconteçe, mas para quêm?





Em última analise tudo aconteçe para este "eu", sem "eu" não há problemas, ansiedade, medo nem sofrimento. Apenas a crença de que somos este ponto no espaço, este eu dentro de um corpo, dentro de um saco de pele separado de tudo lá fora, separado da natureza, da própria vida, apenas esta ilusão de separação nos faz sentir medo, hostilidade, sentir confusão e toda a especie de pensamentos e emoções que não teriam a minima importânçia se não houvesse este sentimento de separação tão forte e persistente.
A uma dada altura este "eu" ao ouvir falar do todo, do vazio, de Deus, Nirvana, consciência ou seja qual for a palavra, ele tenta atingir isso, ele tenta se sentir-se uno com tudo, ele cria uma imagem mental de como será esse estado e tenta viver nele por acreditar que só assim sentirá a derradeira paz e felicidade. Esse "eu" então passa a ler só espiritualidade ou a fazer qualquer prática ou ritual a fim de experienciar a si mesmo como o todo, ele se esforça para estar presente e para estar atento, o que aconteçe porém, a realidade é que este "eu" nunca vai alcançar nada e o esforço apenas vai trazer tensão e frustração, um sentimento de "ainda não cheguei a casa" e de que presciso fazer mais e ler mais para me unir com o todo, ele vai criar dúvida e medo. Então o que fazer? Nada, não há nada que o "eu" possa fazer para se experienciar como o todo pois ele é a origem da separação, podemos apenas investigar a realidade deste "eu" no silêncio e ver até que ponto ele é real e eventualmente descobrimos que a própria investigação é um movimento da mente e que o "eu" que investiga também será uma ilusão. Aos poucos isto nos trará a paz do silêncio, sem movimentos na mente, sem pensamentos, esse tal estado de união apareçerá por ele mesmo, por ser a nossa natureza mais profunda, não pode ser forçado. Apenas com o desmascarar do ego, o pensamento "eu", todos os outros pensamentos  se dissiparão progressivamente por não terem a sua base, o seu íman, e só nesse silêncio veremos o que somos por detrás de todas as formas.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Sistema de medo (mente)




Se somos a única especie no planeta com o poder da imaginação e logo com o poder de criar, porque vivemos nossas vidas desta maneira? Porque nos limitamos a procurar um emprego para ganhar dinheiro para podermos comprar coisas que nem precisamos, para poder satisfazer desejos que nos foram impostos por outros, pela televisão etc? Ou então simplesmente para seguir o velho e gasto padrão do casar e ter filhos, enviá-los para uma escola para que eles sigam o mesmo padrão insatisfatório e mecanizado que nós também seguimos...
Pareçe que fomos ensinados a apenas consumir, trabalhar para consumir todo o tipo de coisas, carros, casas, roupas, entretenimento de todo o tipo, luxo, para adquirir estatuto e poder, ninguém nos ensinou a seguir nosso coração, a fazer o que gostamos mesmo, a criar pelo simples facto de criar.
Todo o criar vêm do coração e não da mente, a mente apenas imita o que já viu, e pode eventualmente melhorar o que já existe, mas é só, criar é um acto intuitivo e não mental, é algo que dá prazer por si mesmo.
Porquê continuar a insistir neste sistema de apenas trabalhar para ter dinheiro? A mente diz; se não trabalhas e não tens dinheiro vais morrer ou virar sem-abrigo - e isto é medo apenas, vivemos com medo, e viver com medo não é viver, viver com medo cria um mundo doente. Penso que fazermos o que gostamos e confiarmos que a existência ou Deus nos trará de alguma forma o que precisamos para sobreviver seria uma forma mais saudável de viver, dizermos para nós próprios algo como; não me importa que fique a viver na rua ou fique sem nada, mas vou continuar a fazer o que eu amo, vou continuar a criar. - e assim afastarmos o medo que é apenas uma ilusão criada pela mente, são apenas pensamentos a que demos muita importância e realidade, pensamentos em que acreditamos.
Temos que arriscar morrer para podermos viver, temos que confiar que Deus nos criou não para nos torturar ou castigar mas para que pudéssemos ter o prazer de criar, para que ele pudesse criar através de nós, e como humanos somos a única especie neste planeta que o pode fazer. Devemos então nos libertar dos grilhões do velho sistema, devemos nos libertar de qualquer conceito de como viver, devemos nos libertar da mente e seguir o coração, a nossa intuição.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Deus cria através de nós




Somos Deus manifestado em forma, em diversas formas, para quê? Para podermos experienciar e criar.
Tudo é vazio, o vazio preenche tudo, somos uno com o vazio, não existe separação embora os nossos sentidos nos digam o contrário, sob cada forma, cada som, cada cheiro, cada sensação, cada pensamento existe uma quietude, um espaço, um silêncio que premeia tudo, que permite que tudo exista e que mude a cada instante, daí se dizer que a natureza de tudo é impermanência, porque nada é estático, nada permaneçe igual nem por um milésimo de segundo por isso também se pode dizer que nada existe a não ser como aparência.
A existência, a nossa natureza deu-nos a possibilidade de brincar e de criar pela única razão de o poder fazer, não para ser mais ou melhor ou para ser feliz, mas como uma brincadeira que podemos partilhar com todas as manifestações de Deus, respeitando cada ser de igual forma não levando nada a sério, o levar a sério torna as aparências em algo sólido, importante e permanente e isso cria problemas, interpretações e sofrimento.
Estamos aqui para disfrutar toda a criação ao mais alto nível e um dia regressamos a casa, ao eterno silêncio, de onde nunca saímos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Aparências




São tudo aparências, aparências no vazio, não há muito a dizer pois palavras são apenas indicadores, elas pertencem ao mundo da dualidade, da mente, são rótulos apenas, uteis para a comunicação sim, mas apenas isso.
Quando reconheçemos a nossa natureza como silêncio, como vazio sem limites, as palavras deixam de ser importantes, tudo deixa de existir, tudo deixa de ter sabor, há apenas isto de onde tudo surge como uma brincadeira cósmica.

O eu e as interpretações

Quanto mais realidade e solidez a mente atribui ás coisas, aos objectos, aos fenómenos, ás situações ou a nós mesmos, quanto mais as isolamos e separamos, mais sofremos(o ego sofre), mais a nossa paz(a nossa natureza) é perturbada mesmo por coisas que a principio pareçam boas... 
A mente separa e diz;  isto é exactamente assim, é intrinsecamente mau ou bom, desejável ou indesejável, bonito ou feio etc mas isso é apenas uma interpretação da mente, é pessoal e condicionada pelo nosso passado, pelas nossas experiências.
 A mente não está separada do "eu", portanto quando dizemos; eu vejo isto, eu ouço aquilo, eu experêncio as coisas, o que aconteçe é que este "eu" é a raiz da separação e a raiz das interpretações subjectivas, tudo surge ao mesmo tempo, o "eu" junto com a interpretação daquilo que está a ser experiênciado no momento por qualquer sentido, visão, olfacto etc e tudo isso é uma ilusão, na realidade apenas existem formas, sons, cheiros, tudo apenas movimento e nós somos o espaço, o silêncio por detrás das formas...e tudo são formas, tudo são vibrações de energia com frequências diferentes, umas mais densas que são os objectos físícos, os corpos, os planetas, as estrelas, outras mais subtis como os sons, as sensações, os cheiros, as emoções, os pensamentos etc e a mente apenas interpreta estas vibrações, separa e isola criando também um experênciador, o ego, o eu, a raiz do sofrimento.

Musculação e vegetarianismo




Para mim, um nutricionista que aconselhe carne e que diga que precisamos dela na nossa dieta, é um completo idiota, um autentico papagaio que se limita a repetir aquilo que lhe disseram na faculdade, um robot que não questiona nada,
Ninguém nunca vai me convencer que precisamos de carne porque basicamente eu não a como e tenho uma saúde excelente, e mais, sendo o meu desporto favorito, musculação, aquele em que se exige por completo o consumo de carne a fim de alimentar a massa muscular e esta crescer, ponho em causa por completo essa teoria, apenas com soja e vitaminas é possível os mesmos resultados ou melhores.
Vejo portanto a necessidade de por em causa tudo aquilo que julgamos que sabemos, chega de teorias dos livros, chega de alienação, apenas a directa experiência é válida em tudo na vida.

Se queremos saber algo devemos experimentar, podemos até ler algo para aprender a teoria, mas sem ser posta a prova, não passa de puras ideias abstractas em uma mente confusa.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Castelos de areia


No fundo andamos todos a brincar de construir castelos de areia á beira-mar, mais cedo ou mais tarde tudo o que construímos ou alcançamos está destinado a desapareçer, se é que alguma vez existiu de forma concreta e não apenas aos nossos olhos, á nossa visão condicionada pessoal.
A natureza de tudo é impermanência, esta frase já se tornou um clichê nos meus espirituais, basicamente o que ela quer dizer é que tudo está em mutação a todo o instante, não existem eventos isolados, apenas a mente isola e rótula uma situação, tudo simplesmente aconteçe, nós não gostamos muito de reflectir sobre isto porque a noção de que tudo muda, tudo acaba, retira a noção de propósito da vida aparentemente, mas no fundo o que este ensinamento ou esta observação fazem é destruir o ego que está sempre virado para o alcançar algo a fim de ser feliz, esta ilusão básica é o que nos mantém sempre á espera de algo, em estado de ansiedade a vida toda, sempre a construir castelo após castelo e ver eles todos serem destruídos pela natureza fundamental do universo que é perpétua mudança, e os castelos podem ter vários nomes, tantos quanto o numero de seres no universo, pode ser o castelo de ter uma relação, um casamento, filhos, um castelo de ter muito dinheiro, ser reconhecido, isto apenas para falar dos mais comuns e óbvios, mas existem muitos mais que cada um de nós constrói á espera de um sentido de concretização no final do trabalho, de uma sensação de "agora terminei, agora cheguei a casa e posso descansar", mas isso mesmo que aconteça dura pouco tempo, ou nos fartamos e começamos a construir outro castelo, ou vemos o actual se desmoronar.


quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Dinheiro = "Poder"


Dinheiro é sinónimo de poder, mas não apenas poder no sentido de status social ou de superioridade em relação aos outros, mas também poder no sentido de "eu posso", ou seja, ter dinheiro permite-nos "poder" realizar os nossos desejos, os desejos da mente, os tais que sempre nos tentam persuadir com a felicidade eterna com algo, que mesmo realizável, nos trará apenas prazer momentâneo.
Uma mente quieta não criará muitos desejos, ou mesmo que crie, nós não lhes daremos importância por já sabermos que a realização deles não trará o bem estar que tanto desejamos, sendo assim, a busca por dinheiro para "poder" fazer isto ou aquilo desapareçe e com isto uma certa ansiedade também vai embora.




terça-feira, 8 de janeiro de 2013

As coisas existem...mas sem sabor


De facto as coisas têm um certo grau de existência, formas existem, sons existem, cheiros existem, corpos existem, emoções existem, mas é a mente que lhes atribui sabor ou interpretação, que as deseja ou rejeita. no fundo são apenas movimentos de energia, são como ventos sem sabor. E quem ou o quê somos nós? Somos o espaço unificado de onde tudo isso surge e desapereçe, não somos esse eu que separa as coisas em eu e o corpo, eu que observas as formas e ouve os sons, eu que sente e faz isto e aquilo, o eu que pensa, esse eu que julgamos ser é só uma ideia, mas uma ideia persistente, é um pensamento mas de 5 estrelas e não um pensamento vulgar de 2 estrelas como Mooji diz, esse eu desapareçe no sono, logo aí vemos que não podemos ser ele se durante 8 horas por dia ou 1/3 da nossa vida ele não existe.


Ricardo - quem busca o quê?

Quando a busca pela libertação se torna a única coisa que o ego quer, aí damos conta que o ego nunca se vai libertar, o que aconteçe é que gradualmente vemos que é sempre o ego, o eu, a mente que deseja algo, vemos que mente e desejo são sinónimos, a mente sempre nos alicia com promessas de prazer no futuro, seja daqui a 1 minuto, 1 hora, 1 dia ou 1 ano, alicia  a ideia que temos de nós mesmos, então é este jogo que vai aconteçendo até nós nos fartarmos dele e isso aconteçe ao irmos observando e realizando que a libertação final é do desejo até mesmo da própria libertação, é vermos que o eu quer sempre algo, e que nós não somos esse eu, nós somos o espaço onde ele e tudo o resto surge, e não podemos conheçer esse espaço porque nós somos ele, nós somos esse silêncio, esse vazio, e isso só pode ser reconhecido intuitivamente e não dualmente. Em última analise não há nada a fazer pois quem faz tudo, o agente das acções é uma ilusão.

Ricardo - ás vezes

Ás vezes queremos desfrutar dos prazer do sentidos, 
ás vezes queremos nos tornar algo, construir ou conquistar algo, 
ás vezes queremos aventura e novidade, 
ás vezes queremos que tudo fique como está, 
ás vezes cansamos disso tudo e queremos saber quem somos, despertar ou alcançar a iluminação,
e no entanto nunca nos questionamos quem é esta identidade que quer tanta coisa, que vive sempre a espera da próxima experiência.



segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Ricardo - o "eu" e as emoções


















Na realidade, não existe nenhum "eu" separado das emoções ou qualquer que seja a experiência, geralmente o que aconteçe é que sentimos raiva ou tristeza e a mente interpreta e separa que é a sua função, e o que pareçe estar a aconteçer é; eu estou sentindo tristeza e esta emoção é má, logo quero ver-me livre dela o mais rápido possível, vou ouvir musica, fazer isto ou aquilo, ou aplicar este método porque sou espiritual. E quanto mais nos debatemos para nos livrarmos da emoção, mais ela amplifica, e a base disto é a ideia de separação, eu e a emoção, eu e a raiva, eu e a tristeza. Depois há também as pessoas muito inconscientes que cedem logo a emoção que traz consigo um infinito numero de pensamentos, na tristeza entram em depressão, na raiva atacam os outros, porque a emoção deu lugar a pensamentos e interpretação da situação, e isso tudo aconteçeu inconscientemente.